Investigação ao fogo que nasceu na Lousã a 15 de outubro levanta fortes suspeitas de que o incêndio começou depois da queda de uma árvore sobre uma linha de média tensão.
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Tal como em Pedrógão Grande, há fortes suspeitas de que o maior incêndio da história de Portugal, que queimou 45 mil hectares e atingiu nove concelhos a meio de outubro de 2017, começou devido a uma linha elétrica da EDP.
A explicação está no relatório da Comissão Técnica Independente nomeada pelo Parlamento, mas a conclusão, como adiantam os especialistas, nem é deles, mas sim das investigações que já foram feitas pelas autoridades.
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O documento lido pela TSF explica que o Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) identifica o fogo que começou na Lousã como tendo nascido de um comportamento "negligente" com origem nas linhas elétricas. Tudo "terá sido provocado pela queda de uma árvore sobre uma linha de média tensão".
Os técnicos escolhidos pelo Parlamento defendem que podemos estar perante "o não cumprimento do regulamento de segurança das linhas elétricas pela entidade gestora, a EDP, em particular da distância mínima de segurança dos condutores às árvores", "situações devidamente regulamentadas e cujo cumprimento pode só por si evitar situações deste tipo e todas as suas consequências".
Prejuízos de quase 50 milhões de euros
O relatório sublinha que este fogo, "o maior incêndio de que há memória" em Portugal, queimou 9 concelhos e afetou 169 empresas com prejuízos materiais de 49,5 milhões de euros.
Sobre as origens de todos os fogos daquele dia, o documento diz que dos 10 que já têm causa determinada quatro tiveram mão criminosa, outros quatro resultaram de reacendimentos e dois de comportamentos negligentes como na Lousã.
Só os quatro fogos com mão criminosa ou intencional já determinada geraram prejuízos materiais na ordem dos 150 milhões de euros.