Relatório da Comissão Técnica Independente encontrou falhas evidentes na limpeza dos locais onde morreram várias vítimas dos fogos de outubro.
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Existia falta de limpeza da floresta nas zonas onde morreram 21 das vítimas dos incêndios florestais de meio de outubro.
Tal como em Pedrógão Grande, quatro meses antes, o relatório da comissão técnica independente critica fortemente a falta de gestão dos combustíveis que potenciaram a violência das chamas.
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O documento lido pela TSF faz contas e diz que os fogos de outubro mataram 48 pessoas, sendo que dos 35 locais onde as mortes se deveram à ação direta das chamas nove estavam em terrenos agrícolas ou florestais, dez em habitações, seis noutras edificações e dez em estradas. É alias nas estradas que os problemas são mais evidentes: nenhum dos dez locais em estradas onde ocorreram mortes cumpria a lei de agosto de 2017 sobre limpeza da floresta.
Perto das casas o cenário é mais positivo, mas mesmo assim mau: apenas 3 das 10 casas com vítimas mortais tinham os terrenos por perto bem limpos.
O relatório sublinha mesmo que "na generalidade dos casos em que se verificou o cumprimento da lei tal deveu-se ao facto de se tratar de terrenos agrícolas e não porque tivessem existido medidas visíveis no terreno de gestão ativa dos combustíveis" que potenciam a violência do fogo.
Os especialistas concluem ainda que "uma das diferenças mais marcantes" entre Pedrógão Grande em junho e os fogos de outubro é que nos segundos grande parte das vítimas morreram perto de casa ou outros edifícios. Os casos de mortes nas estradas foram minoritários.