Tortura do sono, água fria e sacos na cabeça. Denúncias de praxe violenta na Escola Naval
As queixas chegaram à Marinha por parte de pais de aluno do 1.º ano. Cadetes estarão a ser vítimas de praxe abusiva.
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Desde serem deixados nus na parada, colocados em tanques de água fria durante a noite, andarem com sacos amarrados à cabeça e serem objeto de tortura do sono. Estes são alguns exemplos da alegada praxe a que os cadetes do 1.º ano da Escola Naval, que forma os oficiais da Marinha, terão sido sujeitos desde outubro.
A notícia, avançada pelo Diário de Notícias, conta que, há alguns dias, a Marinha recebeu queixas de pais, sob anonimato, mas que várias denúncias também já tinham sido publicadas nas redes sociais.
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Um pai relata que os alunos, que são privados do sono durante a praxe, dormem uma média de seis horas por semana, adormecendo durante os testes - o que está a prejudicar o seu desempenho académico.
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A Marinha garante ter feito uma averiguação interna e nega existência de "qualquer indício de práticas contrárias" aos valores e regras da Escola Naval, esclarecendo que os alunos do 1.º ano "são enquadrados por um conjunto selecionado de alunos do 4.º ano, que partilham o alojamento e os apoiam na integração na vida da Escola Naval e no seu sucesso escolar".
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O comandante Pereira da Fonseca, porta-voz da Marinha, garante que "não são toleradas práticas de praxe" na Escola Naval e sublinha que não houve desistências entre os 63 alunos que entraram este ano na Escola Naval.
Ainda assim, a Marinha restringiu os contactos entre os cadetes do 1.º ano e os alunos mais velhos, como medida preventiva.
Notícia atualizada às 11h14