Nas primeiras declarações públicas depois de saber que não ia ser reconduzida, Joana Marques Vidal nega que lhe tenha sido feito o convite para ficar e acha que o processo de nomeação revela "o funcionamento normal das instituições".
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Depois de saber que não vai ser reconduzida no cargo de procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal avança que "a hipótese de ser reconduzida" nunca lhe foi colocada. A Procuradora deseja "as melhores felicidades e os melhores êxitos" à sua sucessora Lucília Gago e aproveita para agradecer a todos que a acompanharam ao longo do mandato.
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Joana Marques Vidal louvou o trabalho do procurador Amadeu Guerra, diretor do DCIAP, e agradeceu a toda a estrutura que mesmo "com falta de magistrados e de meios" não poupou esforços.
A procuradora-geral faz um pedido: "Apelava a que quando olhassem para o Ministério Público não olhassem só para a parte criminal".
Em jeito de balanço, Joana Marques Vidal considerou "muito saudável que um procurador-geral da República chegue ao final de um mandato e considere que falta fazer muita coisa, significa que não cristalizou num conjunto".
Entre os pontos que a procuradora-geral gostava de ver aprofundados estão os direitos da comunidade: "o direito à cultura, ao ambiente e ao património".
O combate à corrupção foi uma das principais bandeiras do combate de Joana Marques Vidal que acredita que este "tem que ser um combate politicamente assumido naquilo que são os objetivos da ação política".
Quanto ao processo de nomeação, que tem recebido várias críticas, Joana Marques Vidal é parca nas palavras, mas sublinha: "Considero este processo todo como o funcionamento normal das instituições."