Perceba de onde vieram os 34 milhões de euros que o Ministério Público garante que José Sócrates acumulou ilegalmente
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Mais que os 24 milhões de euros apontados inicialmente pelo comunicado do Ministério Público (MP), a acusação da Operação Marquês, entretanto consultada pela TSF, garante que José Sócrates amealhou 34,143 milhões de euros entre 2006 e 2015.
Do dinheiro anterior, dois terços, 21 milhões, tiveram origem, segundo o documento, em "entidades do Grupo Espírito Santo por determinação de Ricardo Salgado", alegadamente beneficiado pela ação do antigo primeiro-ministro quando este liderou o governo. Montantes que foram todos transferidos para a Suíça.
Segue-se, nos maiores financiadores das contas que o MP garante serem de Sócrates, a construtora Grupo Lena, com quase nove milhões.
Com tanto dinheiro, há ainda cerca de um milhão que correspondem a ganhos financeiros dos investimentos entretanto feitos.
2008 terá sido o ano mais rentável
Os dados reunidos pelo MP permitem ainda ver os anos alegadamente mais e menos rentáveis para o primeiro-ministro nas contas supostamente suas.
2006: 6 milhões
2007: 5,472 milhões de euros
2008: 9,848 milhões de euros
2009: 4,473 milhões de euros
2010: 1,167 milhões de euros
2011: 4,468 milhões de euros
2012: 235 mil euros
2013: 915 mil euros
2014: 1,146 milhões de euros
2015: 415 mil euros
A lista anterior, presente na acusação, permite perceber que o ano com mais proveitos terá sido 2008 com 9,848 milhões de euros, seguido de 2006 com seis milhões e 2007 com 4,472 milhões.
No entanto, o Ministério Público afirma que Sócrates vai ter de corrigir as declarações de todos os anos anteriores. Por exemplo, em 2006 apenas declarou ao fisco rendimentos de 100 mil euros. Se a acusação tiver razão, terá de corrigir para 6,100 milhões.