A viúva de Luís Grilo e o alegado cúmplice estiveram a ser ouvidos este sábado de manhã no Tribunal Judicial de Vila Franca de Xira, em primeiro interrogatório judicial, para conhecerem as medidas de coação.
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Rosa Grilo e António Félix Joaquim, suspeitos de assassinar o triatleta Luís Miguel Grilo, vão ficar em prisão preventiva, apurou o Expresso. A medida de coação foi conhecida ao início da tarde deste sábado depois de os dois suspeitos terem sido ouvidos durante a manhã no Tribunal Judicial de Vila Franca de Xira.
A mulher, viúva da vítima, e o homem, que segundo a PJ manteriam uma relação amorosa, estão indiciados pela prática dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida.
A advogada dos dois suspeitos da morte do triatleta Luís Grilo admitiu que poderá vir a impugnar a decisão judicial que aplicou a medida de coação de prisão preventiva aos alegados homicidas do desportista.
Apesar de "não concordar" e não se conformar com a medida mais gravosa aplicada a Rosa Grilo (mulher da vítima) e a António Joaquim, alegado cúmplice, a advogada de defesa Tânia Reis disse "compreender" a situação.
Na sua opinião, os dois suspeitos deviam ter ficado em liberdade, embora sujeitos a apresentações periódicas às autoridades, considerando que esta medida de coação mais leve "acautelava todas as necessidades" que o tribunal entende necessárias para o decurso do inquérito.
Tânia Reis revelou que os dois arguidos prestaram declarações durante o interrogatório judicial, sem precisar, contudo, se responderam a todas as perguntas sobre os factos que lhe são imputados e que configuram os crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e posse de arma ilegal.
Durante o interrogatório, disse ainda a advogada, foram apresentadas as "provas indiciárias" relativas aos crimes em causa.
Após ter sido determinada a aplicação de prisão preventiva, a advogada requereu que o arguido António Joaquim cumpra aquela medida de coação numa "cela isolada", devido ao facto de ser funcionário judicial.
Luís Grilo, de 50 anos, residente na localidade das Cachoeiras, no concelho de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa, desapareceu em 16 de julho.
O corpo do triatleta foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição mais de um mês depois do desaparecimento, no concelho de Avis, distrito de Portalegre, a mais de 130 quilómetros da sua casa.
O cadáver estava perto de Alcôrrego, num caminho de terra batida, junto à Estrada Municipal 1070, por um popular que fazia uma caminhada na zona e que alertou o posto de Avis da GNR para esta ocorrência. Antes, o telemóvel da vítima tinha sido encontrado nos Casais da Marmeleira, a seis quilómetros de casa, já no concelho de Alenquer.
Segundo a PJ, Luís Grilo foi morto com um tiro na cabeça, acrescentando que a arma de fogo já foi recuperada, bem como outros elementos de prova. "A investigação apurou que os factos terão ocorrido no passado dia 15 de julho, tendo a vítima sido atingida por um disparo de arma de fogo na caixa craniana, o qual lhe terá provocado a morte", indicou a PJ em comunicado divulgado na quinta-feira.
Os dois suspeitos foram detidos na quarta-feira à noite pela PJ.