Morreu Sofia Morais, jornalista da TSF

Lembramo-nos dela muito menina, nesta rádio, desde quando esta rádio era, também, ainda, tantas vezes menina. Ela era, mais do que uma menina que cresceu na rádio, uma menina que crescia na rádio.

A voz dela acendia na rádio palavras crescidas, palavras que acrescentavam. Quase só nos lembramos dela na rádio, porque a rádio era a nossa casa.

Também nos lembramos dela, muitas vezes, à mesa larga, à volta da qual a tribo falava tanto de rádio, à volta da qual a tribo bebia e comia rádio. Ele alimentava-se vorazmente de rádio. Tão frágil, era ela, contudo. Quando a abraçávamos tínhamos medo que se partisse. Era uma figura frágil, não obstante a solidez.

Tratava os dossiês difíceis como se fossem fáceis. Como se fosse fácil. Parecia brincar à rádio. Mas era um caso sério, o modo como ela parecia brincar à rádio.

A voz dela tinha um timbre de doçura firme. Parecia dançar com a voz. Toda ela parecia dançar. Ela era uma figura dançante da rádio. Um nome que podíamos dar à alegria.

A nossa Sofia que se foi tão cedo.

Fernando Alves

A jornalista Sofia Morais morreu esta segunda-feira. Chegou à TSF em novembro de 1996. Foi repórter, editora e produtora. Entre outras áreas, acompanhou de forma mais próxima a saúde e a justiça, com reportagens, investigação e espaços especializados. A Sofia tinha 46 anos.

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