Presidente da Associação Sindical dos Enfermeiros Portugueses fala numa "revolta latente".
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Há uma revolta crescente nos enfermeiros que, defende a presidente da Associação Sindical dos Portuguesesa dos Enfermeiros, não deve ser "menosprezada". Em declarações à TSF, Lúcia Leite alerta que não é uma possível requisição civil que vai resolver o problema com os enfermeiros.
"Se o Governo não tem vontade de negociar, provavelmente vai ter de se ver a braços com uma revolta dos enfermeiros que não me parece que vá passar mesmo que seja decretada uma requisição civil. É isso que temo que venha a acontecer porque eu tenho dito sempre: não menosprezem a revolta dos enfermeiros. Têm sido prejudicados há vários anos e as decisões administrativas são todas no sentido de continuar a prejudicá-los", alertou a presidente da ASPE.
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Lúcia Leite alerta que, com o passar dos anos e o insucesso das conversações entre Governo e enfermeiros, a situação tendeu a agravar-se."Existe uma revolta latente nos enfermeiros, já de há muitos anos, que tem vindo a agravar-se. E agrava-se porque foram feitas várias tentativas de aproximação, para que os sucessivos governos percebessem o que se estava a passar com os enfermeiros, mas a posição é sempre a mesma. Nós somos muitos - 42 mil- e sabemos que nem que aumentem um euro a todos os enfermeiros - 42 mil euros - é muito. Mas se pensarem que, relativamente às outras profissões, sempre tomaram esta decisão... É fácil satisfazer outras profissões que têm um número baixo de profissionais", explicou estabelecendo uma comparação com outras classes profissionais.
Esta terça-feira, em declarações à TSF, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros respondeu a António Costa, que revelou que vai apresentar queixa de Ana Rita Cavaco. O primeiro-ministro considerou, em entrevista à SIC, que a Ordem tem "violado o princípio" que proíbe as ordens profissionais de terem funções sindicais, por exemplo, dinamizando uma greve no setor.
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