Pelo menos dois dos incêndios florestais ocorridos na segunda-feira no concelho de Águeda tiveram origem criminosa, concluiu uma investigação da Polícia Judiciária (PJ) que permitiu identificar e deter o presumível autor.
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A PJ informou, em comunicado, que, através do seu Departamento de Investigação Criminal de Aveiro, identificou e deteve o presumível autor de pelo menos dois crimes de incêndio florestal ocorridos na tarde de segunda-feira na localidade de Arrancada do Vouga.
A polícia indica que o suspeito, com recurso a papéis que previamente punha a arder e largava junto da vegetação seca, atuou em locais distintos de modo a facilitar a propagação e a dificultar o combate às chamas.
O detido, de 55 anos, sem atividade profissional conhecida, terá «hábitos alcoólicos» e para a polícia não houve qualquer motivação racional no seu comportamento.
Águeda foi um dos concelhos do distrito de Aveiro mais atingidos na segunda-feira pelo fogo, que se propagou a várias povoações e obrigou ao recurso a meios aéreos no seu combate.
O vice-presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida, responsável pela Proteção Civil municipal, que desde logo admitiu a possibilidade de fogo posto, disse que mais de uma dezena de povoações do concelho de Águeda estiveram ameaçadas pelas chamas, tendo sido consumidas «centenas de hectares de eucaliptos e pinheiros», sem que se tenham registado vítimas e estragos em habitações.
A Polícia Judiciária já deteve 42 pessoas durante este verão pela prática de crimes de incêndio florestal.