10% das mulheres nunca tiveram um orgasmo

Se vamos falar de sexo, comecemos por onde se deve começar: preliminares.

«Os preliminares têm um extraordinário interesse porque a mulher começa a ser estimulada muito mais cedo e, portanto, acaba por ser mais fácil que o orgasmo seja mais ou menos na mesma altura», diz Nuno Monteiro Pereira, diretor do mestrado de Sexologia da Lusófona, que nos ajuda a levar os números para a cama.

Os homens demoram em média dois a três minutos a atingir o orgasmo, as mulheres demoram oito. Apenas 2% dos homens têm uma disfunção orgástica, 10% das mulheres nunca tiveram nem vão ter um orgasmo.

«A mulher é muito mais exigente nas circunstâncias, no envolvimento, que o homem. A partir desse momento, tudo se complica», refere o sexólogo.

O cérebro delas é mais complicado que o deles. Mas às vezes o deles baralha-se. Meus senhores, orgasmo não é o mesmo que ejaculação.

«Há homens que têm orgasmos sem ejaculação e até há homens que têm ejaculação sem orgasmo, porque são dois mecanismos completamente distintos», sublinha Nuno Monteiro Pereira.

Fisiologicamente, a ejaculação é um fenómeno da medula espinal, é um reflexo do orgasmo, mas não são a mesma. E quanto a elas, sim minhas senhoras, é normal que tenham mais orgasmos clitorianos do que vaginais, porque «o clítoris desencadeia mais facilmente o orgasmo que a parede vaginal».

Chegados ao clímax desta peça, e antes de dar o sono, não podemos fingir que elas não fingem. Sim, muitas fingem: «Às vezes, a mulher finge o orgasmo para que o homem sinta que a sua relação sexual foi mais completa. Digamos que seria um fator de generosidade da mulher para com o homem».

Generosidade muitas vezes estimulada pelas revistas femininas a que eles deitam o olho. O sexólogo dá um exemplo: «Quando pega numa revista feminina e lê artigos cujo título é 'tenha dez orgasmos numa noite' a valorizar extraordinariamente o orgasmo quando se sabe que a maior parte das mulheres não tem orgasmo numa relação sexual - a situação acaba por perturbar, passa a haver mitos».

Para chegar mais facilmente ao céu ou ao inferno orgásmico, Nuno Monteiro Pereira considera que o erotismo pode ser bom, mas a pornografia é duvidosa.

Certo é que a consulta de um especialista deve fazer parte dos planos de quem tem problemas nesta área. «O essencial é que a mulher não fuja de procurar ajuda. Sozinha não vai conseguir resolver o problema, com ajuda é provável que consiga. Portanto, não tem que temer».

Vá em frente e tenha um Feliz Dia Mundial do Orgasmo