No Algarve, uma família de desempregados vive sem qualquer apoio do Estado. A mulher perdeu recentemente o Rendimento Social de Inserção, depois de ter recusado, por falta de transporte uma oferta para dois meses de trabalho. Juntou-se assim ao marido que já nada recebia.
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João Luís Cruz é pedreiro, há muito tempo que não tem trabalho na construção civil.
«Já vai para dois anos e meio que estou inscrito no fundo de desemprego, o fundo de desemprego acabou e há mais de um ano que não recebo nada. Sem trabalho nenhum, não há trabalho na construção», explica.
Este pedreiro faz pontualmente biscates, «aquilo que aparece». A mulher Maria de Jesus já trabalhou em muitos locais, no campo, na limpeza de casas e num infantário. Mas os trabalhos temporários só lhe deram direito ao Rendimento Social de Inserção e mesmo esse foi retirado.
O Estado propôs-lhe um trabalho de apenas dois meses a muitos quilómetros de casa. Maria de Jesus não teve hipótese de aceitar, porque devido aos horários dos transportes chegaria sempre atrasada ao trabalho.
Este casal, com dois filhos adolescentes, vive da ajuda das Cáritas e não saindo a sorte grande, um emprego, já seria uma grande notícia.