No Fórum TSF, Carlos Matias Ramos disse que só falta de vontade política pode justificar o atraso de dois anos na elaboração da lista de edifícios públicos com amianto. A Liga Portuguesa Contra o Cancro diz que a situação é de emergência, enquanto a Quercus oferece ajuda ao Governo para a elaboração da lista.
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«Não é por falta de documentação técnica que o problema não foi resolvido, é falta de determinação política para que se concretizasse. Há trabalhos científicos e técnicos desenvolvidos em Portugal sobre esta matéria. Não há desconhecimento disto», garante Carlos Matias Ramos.
Para o bastonário da Ordem dos Engenheiros falta de vontade política é a justificação que encontra para o atraso de dois anos na elaboração da lista com os edifícios públicos que ainda têm amianto.
Carlos Matias Ramos, convidado do Fórum TSF desta manhã, defende que se a lista tivesse sido definida como uma prioridade os meios para executar a tarefa teriam sido encontrados.
Também no Fórum TSF, o secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro confessou o espanto por perceber que nem a lista esta feita nem há dinheiro para isso.
Victor Veloso lembrou ao Governo que a situação de emergência que representa a presença de amianto nos edifícios públicos «está claramente definida, tanto que foi proibida a utilização deste material nas diferentes construções pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1960, e em 2005 a União Europeia (UE) obrigou os membros a identificar a presença de amianto».
O secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro sublinha ainda que está provada a ligação entre o cancro e a exposição ao amianto. «É perigoso para quem está exposto direta ou indiretamente, é perigoso, por exemplo, para as pessoas que estejam a trabalhar num edifício que tenha esse material», explicou.
Já a Quercus ofereceu ajuda ao Governo para fazer a lista dos edifícios e garantiu que, tecnicamente não é complicado identificar o amianto nas construções.
Carmen Lima explicou que tecnicamente nem é difícil detetar esta substância e que «o importante é envolver os gestores dos edifícios porque sabem que materiais é que compõem os edifícios».
Esta manhã, a TSF noticiou que a Autoridade para as Condições do Trabalho está a começar a enviar inquéritos técnicos para cumprir lei que exige, há dois anos, que se avaliem os prédios do Estado.
A Autoridade para as Condições do Trabalho está preocupada com a falta da prometida lista de edifícios públicos com amianto. O Governo já admitiu que não tem meios para fazer esse levantamento que, por lei, devia estar feito há dois anos.