O antigo director do Instituto de Museus e Conservação, Manuel Bairrão Oleiro, defendeu que para garantir a auto-suficiência dos museus não basta acabar com a gratuitidade aos domingos.
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Aos domingos, entre as 10h00 e as 14h00, a entrada é grátis em alguns museus e monumentos de várias cidades, mas ontem [sábado], defendendo a necessidade de garantir a sustentabilidade desses organismos, o secretário de Estado da Cultura anunciou o fim desta gratuitidade, admitindo apenas uma excepção por mês.
Ouvido pela TSF, Manuel Bairrão Oleiro, antigo director do IMC, defendeu que por si só esta medida não acaba com os problemas de auto-suficiência dos museus.
«Penso que não será muito significativo se a isenção for apenas retirada nos domingos de manhã. Agora se isso for integrado num pacote mais amplo de aumento do preço dos bilhetes, revisão integrar da totalidade das isenções, com certeza que em alguns museus se poderão obter ganhos importantes», comentou Manuel Bairrão Oleiro.
«Mas, do meu ponto de vista, penso que seria lamentável que não se mantivesse a possibilidade das famílias irem aos museus numa parte do fim-de-semana de forma gratuita, pensando sobretudo nas pessoas que têm menos possibilidades económicas», defendeu.
Manuel Bairrão Oleiro lembrou por exemplo que grande parte das isenções para as entradas nos museus correspondem a visitas de estudo das escolas.
A TSF já tentou contactar o actual director do IMC e a secretaria de Estado da Cultura para tentar perceber se há outras medidas que estejam a ser preparadas, mas até ao momento sem sucesso.
A medida do Governo não agrada também aos que aproveitam as manhãs de domingo para ir ao museu. Foi o sentimento recolhido pela reportagem TSF, esta manhã, à porta do Museu do Azulejo, em Lisboa.