Banco Alimentar alerta para carência de alimentos lácteos para recém-nascidos e crianças no Algarve
O Banco aponta a dificuldade em obter alimentos lácteos e outros produtos, para distribuir às famílias com recém-nascidos e crianças. O banco estima que mais de 20 mil pessoas precisam de ajuda no Algarve.
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O presidente do Banco Alimentar contra a Fome no Algarve alertou hoje para a dificuldade em obter alimentos lácteos, produtos caros e que raramente são doados à instituição, para distribuir às famílias com recém-nascidos e crianças.
Ouvido pela TSF, Nuno Alves adiantou que estão também em falta outro tipo de produtos como fraldas e biberons. «A crise tem-se agudizado e as pessoas têm tido uma dificuldade enorme em conseguir estes produtos», adiantou.
Segundo esta instituição, a situação é preocupante em concelhos como Faro, Olhão, Loulé e Portimão, estimando que poderão haver no distrito 1000 crianças, entre os 0 e os 3 anos, com esta carência.
Para resolver este problema, o Banco Alimentar Contra a Fome, para além das recolhas junto dos supermercados, tem também em curso uma campanha chamada "Separar para Alimentar", que visa converter embalagens para reciclagem em alimentos.
As embalagens - de plástico, metal ou de cartão para alimentos líquidos - podem ser entregues nos ecocentros da Algar existentes na região ou em contentores identificados no Banco Alimentar, durante o período de um ano.
Por cada tonelada de residuos recolhida o Banco Alimentar vai receber 36 euros em produtos alimentares específicos para bebés e crianças, explicou Nuno Alves, que lembra que, para efeitos desta campanha, as embalagens devem ser entregues nos locais indicados e não colocadas nos ecopontos habituais.
Nuno Alves salientou que podem ser entregues todo o tipo de embalagens que se destinem ao ecoponto amarelo, desde sacos de plástico, a garrafas de água ou sumos, latas e embalagens de cartão, como por exemplo, pacotes de leite e de natas.
O Banco, que apoia 16 mil pessoas no Algarve através de 70 instituições, estima que existem entre 22 a 25 mil pessoas com necessidades de apoio alimentar.
Nuno Alves precisou que, em 2013, o Banco Alimentar apoiou 22 mil pessoas, através de 128 instituições, mas apenas porque às 16 mil identificadas pela organização se somaram 6 mil que estavam integradas no programa comunitário de apoio a carenciados, que entretanto terminou.
Os produtos secos - como o leite, a farinha, o arroz ou o azeite - são aqueles que o Banco Alimentar tem maior dificuldade em garantir, porque as quantidades que ali chegam, sobretudo através das duas campanhas anuais, não são suficientes.
Em contrapartida, a organização está a conseguir crescer no apoio de produtos frescos, sobretudo fruta, iniciou recentemente a distribuição de pescado e pão e quer arrancar este ano com verduras e carne.
Um dos objetivos do Banco para 2014 é atingir 1.000 toneladas de alimentos por ano, duplicando o trabalho do Banco Alimentar do Algarve, criado em 2007, que habitualmente trabalha com 500 toneladas por ano.