O papa Bento XVI inicia hoje uma visita de três dias a Cuba, deslocação que reanimou as tensões entre os opositores cubanos e as autoridades de Havana.
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A poucas horas da chegada do Papa a Cuba, a Comissão dos Direitos Humanos e Reconciliação denunciou a detenção de 70 pessoas nos últimos dias.
Entre os detidos estão 15 damas de branco, familiares de presos políticos que desfilam regularmente de forma pacifica na capital e noutras cidades.
Os críticos dizem que o regime quer evitar qualquer manifestação ou incidente durante a permanência de Bento XVI.
Proveniente do México, onde também realizou uma visita de três dias, Bento XVI chegará ao aeroporto internacional António Macedo em Santiago de Cuba às 14:00 hora local (18:00 hora de Lisboa).
No local, o pontífice, de 84 anos, será recebido pelo Presidente cubano, Raul Castro, e por outras autoridades locais.
Ainda na segunda-feira, o papa irá celebrar uma missa de comemoração do 400.º aniversário da descoberta da imagem da Virgem da Caridade do Cobre na praça António Macedo, em Santiago de Cuba.
No dia seguinte, Bento XVI visita o Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, onde vai saudar as pessoas concentradas no local.
O pontífice desloca-se depois para Havana, onde irá chegar ao aeroporto internacional José Martí às 12:00 hora local (18:00 hora de Lisboa).
Algumas horas depois, o papa tem um encontro com o Presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros, Raul Castro. O encontro irá decorrer no Palácio da Revolução.
O programa de terça-feira fica concluído com um encontro entre os bispos cubanos e a comitiva papal e um jantar na nunciatura de Havana.
Na quarta-feira, Bento XVI vai celebrar uma missa na Praça da Revolução, onde é esperada a presença das mais altas individualidades cubanas. O pontífice regressa a Roma no mesmo dia.
A visita de Bento XVI à ilha veio reanimar as tensões entre os grupos de oposição cubanos e as autoridades de Havana.
O mais destacado grupo dissidente de Cuba, as Damas de Branco, chegou a pedir ao núncio papal na ilha, Bruno Musaro, que organizasse um encontro com Bento XVI.
O programa oficial da visita não prevê qualquer encontro com representantes da oposição cubana, apesar do envolvimento da Igreja de Havana na mediação da libertação de presos políticos.
O Vaticano disse, no entanto, que o pontífice estaria disponível para um eventual encontro com o líder histórico cubano Fidel Castro, afastado do poder desde 2006 por razões de saúde.
Esta é a segunda visita de Bento XVI à América Latina, depois de ter estado no Brasil em 2007, e a primeira a países de língua espanhola na região.