O papa demissionário Bento XVI apelou para «uma verdadeira renovação» da Igreja católica, ao considerar que as grandes orientações do Concílio Vaticano II não foram totalmente realizadas.
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Bento XVI falava perante mais de um milhar de padres e religiosos da sua diocese, Roma.
O papa falou durante 35 minutos, sem notas, da experiência do concílio Vaticano II e declarou: «devemos trabalhar para que o verdadeiro concílio se realize e renove verdadeiramente a Igreja».
Bento XVI considerou que os "media", presentes em Roma, tinham na altura realizado «o seu próprio concílio», dando uma visão profana e política de um momento espiritual.
O papa denunciou «os seminários e os conventos vazios, a banalização da liturgia» na época que se seguiu ao concílio.
Bento XVI, de 85 anos, anunciou na segunda-feira, durante um consistório no Vaticano, a resignação a partir de 28 de fevereiro devido «à idade avançada».
Um novo papa será escolhido até à Páscoa, a 31 de março, disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, anunciando que um conclave deve ser organizado entre 15 e 20 dias após a resignação do pontífice.
O último chefe da Igreja Católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV (1406-1415).