Bolhas de plasma podem ter contribuido para morte de militares americanos

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A operação Anaconda levada a cabo em março de 2002 foi uma das maiores operações militares norte americanas na guerra no Afeganistão. Durante a batalha alguns soldados ocidentais morreram. A culpa pode ter sido de partículas vindas do espaço.
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Durante a batalha, na madrugada de 4 de março, uma equipa dos Seals americanos viu-se encurralada nas encostas de Taku Ghar, uma montanha coberta de neve circundada por forças hostis. Os militares ainda avisaram um helicóptero com 21 homens a bordo para não aterrar no pico da montanha pois essa zona estava tomada pelos rebeldes. O aviso, no entanto, nunca chegou a aeronave aterrou e no tiroteio que aconteceu depois morreram três americanos.
O site da Discovery conta o que terá acontecido. Toda a operação Anaconda sofreu com problemas de comunicação. Os cientistas estão a chegar à conclusão que um estranho fenómeno de meteorologia espacial terá estado na origem de tudo: bolhinhas de plasma.
Este tipo de fenómenos forma-se à noite na atmosfera superior. São pequenas nuvens de partículas de gás eletricamente carregadas, normalmente estendem-se por cem quilómetros. As bolhinhas não se conseguem ver, mas são capazes de dobrar e dispersar as ondas de rádio interferindo dessa forma nas comunicações.
Joe Comberiate, físico do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, é co-autor de um novo estudo sobre o tema. Ele, juntamente com o colega Michael Kelly examinou as condições atmosféricas durante a batalha, dados que foram registados por um satélite da NASA.
No estudo eles relembram que o plasma na alta atmosfera é estável durante o dia, mas à noite as partículas carregadas recombinam-se para formar átomos eletricamente neutros e moléculas de novo. A transformação começa nas altitudes mais baixas o que faz com que as bolhas de plasma subam na atmosfera como as bolhas de ar dentro de água. As bolhas e a turbulência que ocorre nos seus extremos podem bloquear ondas de rádio.
Comberiate e o colega acreditam que a combinação das bolhas de plasma com os efeitos de voar perto do topo da montanha estiveram na origem da fraca ou, por vezes, ausência total de comunicação por rádio durante a batalha.
O cientista lamenta que o estudo tenha chegado tarde para os militares que morreram na operação. «Este é um cenário, que sentimos, que pode acontecer de vez em quando», afirma Comberiate que admite que "foi triste descobrir que o estudo poderia ter sido uma uma ajuda» para os mortos em combate.
A equipa deste investigador está a trabalhar num novo modelo de previsão para ajudar os militares e outros a melhor antecipar a presença de bolhas de plasma e a eventual interferência destas no sinal rádio.