«Boyhood - Momentos de Uma Vida» foi hoje o grande vencedor nas categorias de cinema dos Globos de Ouro, ao arrecadar três prémios na 72ª edição da gala, em que «Birdman» e «The Theory of Everything» («A Teoria de Tudo») conseguiram dois galardões, respetivamente.
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O prémio de melhor realizador foi para Richard Linklater, pelo filme «Boyhood - Momentos de Uma Vida», que estava nomeado em cinco categorias. Richard Linklater destronou, além do realizador mexicano Alejandro González Iñárritu («Birdman»), Wes Anderson («Grand Budapest Hotel»), Ava Duvernay («Selma»), e David Fincher («Em parte incerta»).
Além do prémio de melhor realizador, «Boyhood» venceu também nas categorias de melhor filme e melhor atriz secundária (Patricia Arquette).
Eddie Redmayne arrecadou o prémio de melhor ator de drama em «The Theory of Everything» («A Teoria de Tudo»), enquanto Julianne Moore o de melhor atriz drama em «Still Alice» («O Meu Nome é Alice»), pelo desempenho do papel de uma mulher com a doença de Alzheimer.
Michael Keaton recebeu o prémio de melhor ator de comédia ou musical pelo papel no filme «Birdman» (ou «A Inesperada Virtude da Ignorância»), que estava nomeado em sete categorias.
Já Amy Adams foi distinguida como melhor atriz de comédia, por «Big Eyes» («Olhos Grandes»), de Tim Burton.
«The Affair», «Fargo» e «Transparent», com dois galardões cada um, repartiram a glória nas categorias de televisão da 72ª edição dos Globos de Ouro. «The Affair» conseguiu, na reta final da cerimónia, os troféus de melhor série dramática e o de melhor atriz para Ruth Wilson.
George Clooney foi homenageado com o prémio Cecil B. DeMille, que reconhece uma contribuição destacada para o mundo do entretenimento. O ator foi uma das estrelas de Hollywood que levou a mensagem "Je suis Charlie" para a cerimónia da entrega de prémios, em solidariedade com as vítimas dos ataques na semana passada em Paris.
«Os milhões de pessoas que se manifestaram em Paris e em todo o mundo, incluindo cristãos, judeus e muçulmanos, não o fizeram em protesto. Manifestaram-se em apoio à ideia de que não vamos caminhar com medo. Não o teremos», disse Clooney.
O ator Jared Leto, que apresentou um dos galardões da noite, foi outro dos que levou a frase "Je suis Charlie" ao palco.
A audiência aplaudiu de pé o presidente da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, Theo Kingma, que defendeu a unidade contra todos os que atentam contra a liberdade de imprensa em qualquer parte do mundo, «desde a Coreia do Norte a Paris».
A cerimónia foi conduzida pelas comediantes Tina Fey e Amy Poehler, que protagonizaram momentos de humor sobre o ataque informático à Sony Pictures, realizado com o objetivo de impedir a estreia do filme «"The Interview», uma sátira sobre um plano para matar o líder da Coreia do Norte. «Hoje celebramos todos os filmes e programas de televisão aprovados pela Coreia do Norte», ironizou a dupla.
A gala decorreu no hotel Beverly Hilton de Los Angeles e contou entre os apresentadores com as latinas Salma Hayek e Jennifer López, e com Lupita Nyong'o, Meryl Streep, Harrison Ford e Matthew McConaughey, entre outros.
Os Globos de Ouro, prémios do cinema e da televisão atribuídos pela associação de imprensa estrangeira, são vistos habitualmente como uma antecâmara dos Óscares, cujos nomeados vão ser anunciados na próxima quinta-feira.