A Câmara de Paredes deliberou hoje, por unanimidade, disponibilizar «de imediato» 800.000 euros para acudir às primeiras necessidades das cerca de 60 pessoas que ficaram desalojadas após o tornado de sábado.
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«Vamos propor à câmara que autorize a utilização imediata das verbas do programa de apoio social para cobrir as muitas despesas relacionadas com o mau tempo nestas freguesias», disse à Lusa o presidente da autarquia, Celso Ferreira, pouco antes da reunião do executivo desta tarde que acabou por aprovar a proposta.
De acordo com o autarca, os apoios destinam-se à realização de obras nas habitações danificadas e aquisição de vestuário, calçado e alimentação para as vítimas, parte das quais já enfrentavam dificuldades financeiras antes da intempérie.
A deliberação de hoje prevê disponibilizar, de imediato, à equipa liderada pela vereadora Hermínia Moreira, o conjunto das verbas que a autarquia tinha perspetivado afetar ao longo do ano de 2014 a vários apoios sociais às famílias.
Apesar do esforço, os 800.000 euros representam apenas uma pequena parte total dos prejuízos provocados pelo mau tempo, que a autarquia estima possam ser de 5,5 milhões de euros.
«Estamos a falar de um valor que é cerca de 15% do total identificado até hoje em termos de necessidades. Apesar de ser muito dinheiro e apesar de sermos um dos municípios que mais se dedicam aos apoios sociais nesta região, a verdade é que comparar a nossa dotação financeira para esta área com as necessidades evidentes e imediatas coloca-nos numa situação de fragilidade demasiado evidente», reconheceu Celso Ferreira.
Por isso, autarca de Paredes insistiu que a câmara isolada não tem capacidade «para acudir a toda a gente», necessitando da «ajuda nacional».
O relatório que está a ser preparado pelos serviços do município aponta para 112 edifícios afetados, uma centena dos quais habitações, em quatro freguesias. Cerca de 60 daquelas residências ficaram sem condições de habitabilidade. O levantamento aponta ainda par seis fábricas danificadas, uma das quais na totalidade. O tornado também afetou um cemitério, uma igreja, três escolas e várias viaturas.
Celso Ferreira espera que o relatório pedido pelo Governo esteja concluído até terça-feira.
«O que me disseram foi que elaborasse um relatório o mais exaustivo possível, que pudesse identificar necessidades para decisões efetivas. Até ao final de terça-feira, concluiremos o relatório para enviar ao ministro da Administração Interna e ao ministro da Solidariedade Social», explicou.