
Elefantes mortos (Créditos: cameroononline.org)
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Apesar de o comércio de marfim estar proibido desde 1989 por uma convenção internacional, em menos de dois meses foram abatidos quase 500 elefantes nos Camarões.
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No Parque Nacional de Bouba Ndjida, perto da fronteira dos Camarões com o Chade, as carcaças estão espalhadas no chão como se um incêndio tivesse apanhado os elefantes desprevenidos, mostram fotografias.
Há ossos grandes e pele queimada espalhados por todo o lado, torrados pelo sol, e ainda uma fila de corpos gigantes tombados e decapitados.
As autoridades estão preocupadas com o fato de em menos de dois meses terem sido abatidos quase 500 elefantes no país e atiram culpas ao caçadores furtivos que chegam dos países vizinhos, nomeadamente do Sudão e do Chade.
O parque tem 220 mil hectares e é muito difícil impedir a entrada de gangues em busca do marfim, sendo que os funcionários queixam-se de falta de medidas de proteção.
A situação está a piorar e pode colocar em risco a espécie no país. Há muitos elefantes bebés órfãos em risco de vida que podem morrer à fome e à sede.
O governo já lançou um apelo para o fim da matança desenfreada e está em marcha uma repressão massiva sobre os caçadores furtivos.
De acordo com o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal, os bandos armados entram nos Camarões nas estações mais secas, procurando o marfim para contrabando.
A matéria-prima dos elefantes é vendida para fora de África, sendo Ásia e Europa os destinos mais comuns.
O dinheiro da venda serve depois para financiar as lutas armadas e conflitos regionais, sobretudo no Sudão.
Segundo estimativas oficiais, existem entre mil a cinco mil elefantes nos Camarões, um número em sério risco de diminuir.