Capitão do naufragado Costa Concordia regressou pela primeira vez ao navio (vídeos)
O capitão do cruzeiro Costa Concordia regressou esta manhã a bordo do navio, dois anos após o ter abandonado à pressa durante o naufrágio, que causou 32 mortos, e de que é considerado o principal responsável.
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Vestido com blusão de cabedal e óculos escuros, Francesco Schettino procurou evitar um batalhão de jornalistas no pequeno porto da ilha de Giglio, vestiu um colete salva-vidas e entrou num barco que o conduziu até ao cruzeiro.
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«Eles querem mostrar que eu sou fraco, tal e qual como há dois anos. Isso não é verdade! Eu quero mostrar que sou um cavalheiro, não um cobarde», disse à imprensa italiana Schettino, que foi chamado de "Capitão Cobarde" por jornais tabloides.
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Schettino alega ter caído num bote de salvamento quando o navio adornou na noite do naufrágio, a 13 de janeiro de 2012, e depois manteve-se em terra porque queria coordenar a evacuação a partir dali. Numa chamada telefónica na noite do acidente, um oficial da guarda costeira foi escutado a gritar a Schettino para que regressasse a bordo.
Com 4.229 pessoas, de 70 países, a bordo, o gigante luxuoso da linha de cruzeiros embateu contra rochedos ao largo de Giglio, enquanto tentava uma arriscada manobra de saudação.
O navio voltou-se perto da costa, mas já foi entretanto endireitado, na maior operação de sempre do género, e deverá ser rebocado para a sucata em junho.
Schettino foi autorizado pelo tribunal a assistir à segunda visita dos especialistas ao navio, que deverá permitir examinar o gerador de emergência e o elevador. O antigo comandante do navio participa nesta visita «como arguido e não como consultor», tendo autorização para estar presente, mas não para intervir, disse o juiz.
Durante a primeira visita técnica, a 23 de janeiro, foram apreendidos os dois computadores que se encontravam na sala de comando.
Schettino regressou à ilha na terça-feira pela primeira vez depois daquela noite e tem estado escondido da imprensa numa casa próxima do porto.
A população local reagiu com emoções mistas à sua presença, com alguns a demonstrarem simpatia por alguém que consideram ser um «bode expiatório» e outros a defender que o capitão e o navio deveriam sair da ilha.