O presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca, lamentou, este sábado, a ausência de acções concretas do Estado capazes de dar esperança aos portugueses.
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«A Cáritas tem que ser um sinal de esperança na sociedade portuguesa, mas temos dificuldade porque não vemos por parte do próprio Estado acções concretas que nos levem a confirmar a esperança que queremos anunciar», disse Eugénio Fonseca, no final da reunião do conselho permanente da Cáritas, este sábado em Fátima.
O presidente da Cáritas admite que o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, através do programa de emergência social, tem procurado «minorar as situações mais gritantes», contudo, sustenta, «o Ministério da Economia devia potenciar mais investimento», de forma a gerar mais postos de trabalho.
«Aflige-nos muito a paralisia do investimento em Portugal», enfatizou o responsável, defendendo que «não se deve pensar apenas nos cortes».
Eugénio Fonseca garantiu que os pedidos de ajuda à Cáritas continuam a aumentar e admitiu a dificuldade em dar resposta às solicitações, acreditando que muitas instituições de solidariedade social estejam confrontadas com o cenário de fechar portas por falta de recursos.
«É um crime que o Estado deixe alguma destas instituições morrer e isso será a morte social de muita gente que a elas recorre», conclui.
O presidente da Cáritas Portuguesa revelou em Novembro, durante o último conselho geral da instituição, que desde o início de 2011 tinham aparecido 4645 novos agregados familiares a pedirem ajuda à instituição - uma média mensal de 516 novas famílias carenciadas.
Baixos rendimentos, desemprego e habitação são apontadas como as três grandes preocupações das pessoas que surgem a pedir ajuda.