Longe do rebuliço da cidade, perdem-se entre o bambu e demoradas sestas. O casal de pandas que Pequim ofereceu a Macau está a 'crescer' e com ele a expectativa de que um dia possa dar crias.
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Hoi Hoi (macho) e Sam Sam (fêmea) vivem separados há meses, etapa que faz parte da fase de preparação para o período que antecede a reprodução, mas ainda são imaturos para acasalar: têm apenas quatro anos de idade. «Para o ano, vamos ver se têm interesse um pelo outro», disse o tratador Seng Choi.
«No próximo ano, vamos ver se já consentem o período de cio e avaliar se os podemos juntar», explicou o jovem, um dos 12 membros da equipa que cuida do casal, que inclui um trio de veterinários, realçando ainda assim que, numa primeira etapa, os pandas vão estar mesmo assim apartados por uma barreira física, já que podem «não se tratar bem um ao outro».
Mas daí até à efetiva reprodução, vai um passo de gigante: além de terem um período fértil limitado, os pandas são conhecidos pela baixa libido. No entanto, o pavilhão está preparado para acolher possíveis filhotes.
Enquanto o tratador explica a rotina do par, é 'atropelado' por um grupo de crianças que invadem o espaço e se 'colam' literalmente ao vidro que separa os pandas e o público. E se umas não escondem o entusiasmo que um primeiro contacto visual com a vasta pelagem preta e branca lhes causa, já outras não ocultam a desilusão de ver que, apesar de o sol já ir alto, Hoi Hoi ainda dormia.
A 'surpresa' estaria guardada um pouco mais à frente. Sam Sam entrava no recinto a céu aberto para petiscar. Andou, subiu e desceu, rebolou na relva e desfrutou do seu bambu.
Desde a abertura do pavilhão dos pandas gigantes, a 18 de janeiro de 2011, já passaram 393.206 pessoas pela bilheteira, de acordo com os dados facultados pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).
Cada entrada custa 10 patacas (90 cêntimos), mas crianças com idade igual ou inferior a 12 anos e idosos não pagam.
Contudo, num dia de semana comum, mesmo com a tarde soalheira a convidar a um passeio, não são muitos os visitantes. Há pais que vão cruzando o parque com filhos pela mão ou ao colo e que pelo linguajar são turistas, na sua maioria do continente asiático.
Os pandas comem biscoitos e frutas frescas, como maçã, mas a dieta é à base de bambu. Da vizinha província de Guangdong chegam dois carregamentos por semana, cada um de 300 quilogramas. Afinal, segundo Seng Choi, o par mediático 'dá conta' de 80 a 90 quilogramas de comida por dia.
O pequeno-almoço é servido pelas 08:30, conta Seng Choi, sintonizado desde o início com a rotina do casal. Seguem-se mais três repastos. Hoi Hoi e Sam Sam pesam hoje 80 e 100 quilogramas, respetivamente.
O pavilhão dos pandas-gigantes, com uma área global de aproximadamente 3.000 metros quadrados, dispõe de dois espaços interiores, de um pátio ao ar livre e de uma área de exposição.
Além dos pandas, oferecidos por Pequim pelo 10.º aniversário da transferência do exercício de soberania de Portugal para a China, o parque conta ainda com outras espécies, como macacos, flamingos ou avestruzes.