Um incidente diplomático «muito grave». É a avaliação que o Governo faz das alegadas falhas das autoridades guineenses no processo que resultou na chegada a Lisboa de 74 refugiados sírios.
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Portugal vai tentar envolver a União Europeia no caso dos 74 sírios, que chegaram ontem a Lisboa, com passaportes falsos.
A informação é avançada pelo Diário de Notícias que diz que a situação é considerada um incidente diplomático «muito grave».
O caso levou mesmo a uma reunião ontem à tarde, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, que juntou representes da TAP, do SEF e do Ministério da Administração Interna.
Os jornais falam numa reunião de emergência, durante a qual foi decidido pedir o envolvimento de Bruxelas, pelo facto do tema ser considerado demasiado delicado para uma posição isolada de Lisboa.
A situação foi complicada, com a violação de tratados internacionais e na reunião, chegou a ser discutida a suspensão das ligações aéreas entre Lisboa e Bissau.
Fontes do SEF adiantam que o comandante do voo da TAP terá sido forçado a embarcar os 74 passageiros, uma informação que o porta-voz da TAP, contactado pela TSF, não confirma.
O certo é que os 74 sírios, entre eles 12 crianças, tinham passaportes turcos falsos. Passaram por Marrocos antes de chegar a Bissau e agora a Lisboa.
Pediram asilo político a Portugal e enquanto o processo decorre, vão ser alojados pela Segurança Social.
Em comunicado, o SEF explica que vai tentar saber a verdadeira identidade dos sírios, a origem e eventual cadastro. O DN recorda que a zona de onde vieram estas 74 pessoas, tem uma forte presença de elementos ligados à al-Qaeda.
O SEF da Guiné-Bissau já veio negar que os passaportes são falsos, confirmando, apenas, que estes polémicos passageiros tinham passaportes duplos.
As autoridades guineenses admitem, no entanto, que têm algumas limitações no controlo de entradas e saídas do país, mas rejeitam qualquer fragilidade no sistema.
Entre o grupo de refugiados encontrava-se uma mulher grávida, que segundo o Expresso, já deu à luz em Lisboa.