Em Ivankiv, a pobreza é extrema, muitos entregam-se ao álcool e não têm meios de subsistência. Foi o que encontrou Fernando Pinho, coordenador do programa "Verão Azul", que nos últimos dois anos, trouxe cerca de 30 crianças de Chernobyl para passar o Verão em Portugal.
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A ideia é proporcionar algumas semanas de ar mais saudável a crianças, entre os seis e os 14 anos, que vivem num ambiente contaminado.
Durante cinco semanas estas crianças ficam longe de casa, mas com tudo o que não conseguem ter dentro de portas. Vêm de Ivankiv, a cerca de 70 quilómetros de Chernobyl, uma zona que 25 anos depois, continua a ser um deserto.
Fernando Pinho já esteve na zona de Chernobyl várias vezes nos últimos anos, para visitar as crianças que passam as férias de Verão em Portugal. Ele próprio recebeu Katerina, de sete anos, e ficou impressionado quando a viu na casa dos pais, na Ucrânia.
«Quando a vi quase não a reconheci. Estava muito magra, muito branca, até fiquei um bocadinho perturbado porque não era a Katerina que saiu de Portugal», confessou.
Katerina vai voltar a casa de Fernando este Verão. É uma das 14 crianças de Chernobyl que chegam no dia 17 de Julho a Portugal.
Algumas vão ver o mar pela primeira vez, ter uma alimentação saudável e criar hábitos de higiene, mas sobretudo respirar ar puro.
A língua diferente não atrapalha estas férias especiais. «Falamos com as mãos. Uma palavra em inglês, outra em Espanhol, tudo serve. À boa maneira portuguesa desenrascamo-nos e as crianças também são muito espertas», revelou Fernando Pinho à TSF.
Entre os 6 e 14 anos, os filhos de Chernobyl encontram um Verão azul em Portugal.