A conferência das Nações Unidas para as alterações climáticas em Durban, África do Sul, deveria desenhar um sucessor para o Protocolo de Quioto, mas dificuldades negociais e a crise diminuem as expectativas de um bom resultado.
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O Protocolo de Quioto é a única lei mundial que define as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera e só tem mais um ano de vida.
Há quatro anos que se fala na construção de uma mapa pós-Quioto, ou seja, um novo protocolo onde estivessem não apenas os países desenvolvidos mas também as economias emergentes e ainda aqueles países, tais como os Estados Unidos, que não ratificaram o protocolo em vigor desde 2008.
Para este ano, em Durban, a diplomacia do clima tirou uma nova solução para voltar a adiar o futuro. A solução, inventada pelo Grupo dos 77, onde está o Brasil, numa delegação chefiada pelo embaixador André Aranha Lago, passa por estender o protocolo de Quioto por mais sete anos.
O Protocolo de Quioto está a «custar uma fortuna» ao Brasil, enquanto «outros países envolvidos, importantíssimos, não estão com estas obrigações», lamentou, alertando que apesar da «crise gigantesca» não se pode deixar morrer o protocolo.
Um cenário em que economias como a brasileira e a chinesa possam continuar sem metas obrigatórias de redução das emissões preocupa os pequenos países já afectados pelas alterações climáticas.
O antigo presidente da Costa Rica José María Figueres pediu, em declarações ao portal One World Group, que se ocupe a cimeira de Durban e que as delegações dos países mais frágeis não se levantem da conferência até que se encontre um compromisso que contemple a transferência de tecnologia e mecanismos de ajuda financeira ao chamado desenvolvimento limpo.