Para além das Honduras, a Comissão Interamericana dos Direitos do Homem diz que as más condições nas prisões se estendem a países como a Venezuela, El Salvador, México e Argentina.
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A Comissão Interamericana dos Direitos do Homem chamou à atenção para as deploráveis condições nas prisões de vários países da América Latina.
A par das Honduras, onde um incêndio numa prisão matou 375 pessoas na quarta-feira, Venezuela e El Salvador estão no topo da lista dos países com piores condições nos estabelecimentos prisionais.
Esta comissão lembram que as prisões nestes países estão tomados pela violência e pela corrupção e que o problema se alarga a países como o México e Argentina, onde as condições nos estabelecimentos prisionais são «deploráveis».
Em entrevista ao El Pais, o vice-presidente desta comissão recordou ainda que as Honduras viveram uma situação semelhante à de quarta-feira quando, em 2004, morreram queimados 107 prisioneiros numa prisão do país.
O inquérito oficial revelou que o incêndio de 2004 deveu-se a falhas estrutural, mas a comissão interamericana dos Direitos do Homem conclui que este aconteceu sob o olhar passivo dos guardas prisionais.
Rodrigo Escobar revelou ainda que os guardas prisionais hondurenhos não deixam sair os reclusos das celas nem mesmo em situações de extrema urgência.
As instalações eléctricas das prisões do país são obsoletas, pois são usadas para além dos limites pasra que foram concebidas, daí o risco de incêndio ser elevado.
Em algumas prisões das Honduras, o sistema eléctrico está preparado para aguentar 80 televisões para os reclusos, mas estão ligadas 180.
Sem revelar se vai sancionar as Honduras, Escobar frisou que o incêndio de quarta-feira na prisão de Comayagua não foi um acidente, mas sim uma tragédia provocada por um Estado omisso, uma tragédia anunciada.