A resposta do Vaticano ao relatório da ONU sobre a pedofilia na Igreja merece um lamento de um dos peritos do comité que funciona Genebra.
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O comité da ONU para os direitos das crianças lamenta a reação do Vaticano às recomendações ontem feitas.
Depois de uma sessão em que foi ouvida uma delegação do Vaticano, os peritos da ONU recomendaram a entrega dos padres pedófilos à justiça de cada país e ações concretas para defender os direitos das crianças.
O Vaticano não gostou e acusou o comité de ser injusto e ter uma visão distorcida. Ouvido pela TSF um dos peritos responde a essas palavras.
Wanderlino Nogueira Neto conta que mesmo antes de divulgadas as recomendações, a delegação do Vaticano já tinha entregue aos jornalistas um comunicado em que acusava o comité.
Depois, a reação foi feita antes de conhecer o texto na íntegra: «Observamos que a resposta foi rápida demais, não tiveram tempo de examinar o nosso documento».
Wanderlino Nogueira Neto classifica a reação do Vaticano de pouco católica: «Lamentamos muito essa atitude não de paz, de não acolhimento de sugestões, não somos um tribunal».
O perito da ONU explica que a acusação de que o comité não teve em conta a nova realidade, não faz sentido porque se limitou a analisar os dados enviados.
Wanderlino Nogueira Neto diz também que o Vaticano tem de ser menos secreto. O perito do comité dos direitos das crianças sublinha no entanto que a mudança de atitude do Papa Francisco foi notada e bem acolhida.