Confederação considera histórica decisão de proibir publicidade nos maços de tabaco na Austrália
O presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo lamentou a lentidão nas decisões deste género em Portugal. O diretor-geral de Saúde entende que a medida não deverá ser aplicada para já na União Europeia.
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O presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo considera histórica a decisão da Austrália proibir a publicidade nos maços de tabaco.
Em declarações à TSF, Luís Rebelo, que espera que outros países possam seguir este exemplo, lembrou que os consumidores vão assim ficar a saber que no interior dos maços «não passa de tabaco».
Este responsável lembrou que muitos «estavam ligados ao lettering, cor e aspeto do glamour que alguns maços e marcas que marcas de cigarros tinham e vendiam o seu produto com base no tipo de invólucro, caixa e embalagem que produziam».
Luís Rebelo recordou que existiam «embalagens próprias para jovens, mulheres e mulheres que não queriam engordar, para o homem robusto e atlético» por causa da segmentação que a indústria dos cigarros fazia.
O presidente desta Confederação lamentou ainda que Portugal as decisões deste género levam muito tempo a serem concretizadas, apesar de esperar que o Governo avance com medidas para reforçar a prevenção do tabagismo.
«Somos sempre os últimos a assumir o óbvio. Parece que temos vergonha. Temos a informação científica tanto e tão depressa como todos os outros, mas depois inibimo-nos ou temos redes de interesse que acabam por manipular a decisão e os decisores», frisou.
Por seu lado, o diretor-geral de Saúde não acredita que esta medida possa ser aplicada no imediato em países europeus e lembrou que a decisão já tinha sido anunciada pela Austrália na ONU em setembro.
«Esta foi uma medida na Austrália, mas não tem perspetiva de ser imediatamente adotada no contexto da União Europeia», sublinhou Francisco George, também em declarações à TSF.