Na conferência climática de Durban,194 países chegaram a acordo sobre um programa para definir um novo rumo para combater as alterações climáticas nas próximas décadas.
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Esta foi mesmo a mais longa conferência do clima de todos os tempos e ao contrário do que é hábito os Estados Unidos não apresentaram aos jornalistas em conferência de Imprensa as conclusões deste negociação, o que demonstra bem o actual vínculo de Washington à Convenção do Clima.
De resto foi uma União Europeia isolada no grupo dos mais desenvolvidos que não quis deixar morrer as negociações e aceitou aquilo que a China e o Brasil propunham, um prolongamento do actual protocolo.
De qualquer forma, a China e o Brasil também foram ao encontro da ideia europeia de um roteiro para o pós-quioto. É por isso que a Comissária do Clima da Europa, a dinamarquesa Connie Hedegaard, fala num processo cheio de compromissos e de consensos e diz que em Durban se pôs em prática a diplomacia do século XXI.
«No futuro podemos ter diferentes objectivos e diferentes níveis de esforço mas tudo o que fizermos terá o mesmo valor legal», diz Connie Hedegaard.
A comissária vê aqui uma viragem da diplomacia do século XX onde os países desenvolvidos tinham um compromisso e os outros tinham acções voluntárias. Por isso o que foi alcançado em Durban é para União Europeia uma medida de grande alcançe para cooperação bilateral no século XXI, mas o que foi de facto alcançado deixa tudo em aberto.
O prazo de validade de Quioto que terminava daqui a um ano afinal estende-se por mais cinco ou oito anos, 2017 ou 2020, o que terá que ser acertado na próxima conferência no Qatar.
Por outro lado o documento pós-quioto, o chamado segundo período de compromisso, tem que se acordado até 2015.
O texto diz que pode ser um protocolo, pode ser um instrumento legal ou de acordo com a nova linguagem pode ser atingido um acordo com força de lei. Resta agora à diplomacia climática mais quatro anos de trabalho.