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A corrida de um porco preto acendeu a polémica em Braga com os defensores dos animais a oporem-se à recuperação de um número medieval das Festas de S. João. A ideia da organização das festas era evocar as origens de uma das maiores romarias do Minho mas deu origem a uma petição para tentar cancelar a iniciativa e até a uma pequena manifestação que decorreu ontem.
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Nos séculos XVI e XVII, a corrida do porco preto era o principal atrativo das festas de S. João e a organização - liderada por Rui Ferreira - quis este ano recuperar um número que comprova a história longa das sanjoaninas de Braga.
Houve quem não gostasse e o porco - que até tem nome, Libório - virou tema de conversa na cidade. Um movimento entretanto criado lançou uma petição para exigir a suspensão da iniciativa que já conta com mais de três mil assinaturas. Rui Ferreira considera que a contestação é injustificada.
Rui Barbosa, quem dá a cara pelo movimento de contestação, não se deixa convencer e defende os direitos do animal.
Muitos bracarenses mostram-se indiferentes à polémica... Sentado entre duas maquetes da Braga antiga e do Bom Jesus, Eurico Silva desfia conversa sobre o passado histórico da cidade. Nunca assistiu a nenhuma mas guarda fotografias e postais de 1916, a última vez que se reconstituiu a corrida do porco.
Dia 20, o porco volta às ruas de Braga numa recriação simbólica, integrado no cartaz do S. João que, pelas contas da organização, movimenta ao longo dos 11 dias de festa cerca de um milhão de pessoas.