O presidente da Associação dos Criadores de Touros de Lide está convencido que a tourada de domingo na praça monumental de Barcelona não foi a última. Já a Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais considera que as corridas de touros têm os dias contados.
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«É a última vez este ano. Não sabemos ainda ao certo se será de vez que acabam as corridas de touros em Barcelona porque há movimentos que estão a tentar renovar as corridas de touros», afirmou João Andrade, presidente da Associação dos Criadores de Touros de Lide.
Em relação ao caso português, João Andrade disse acreditar que as touradas não estão em risco, mas sublinha que se assim fosse, os prejuízos seriam muito elevados.
«Estamos a falar de cento e tal ganadarias, de 50 a 60 toureiros, 70 a 80 mil hectares de pastos naturais que só existem porque existe o touro bravo. Portanto seria um grande prejuízo para Portugal, e para todos nós, se acabassem com os espectáculos tauromáquicos», alertou João Andrade.
Prejuízos que, no entanto, não convencem Maria do Céu Sampaio, presidente da Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais, para quem as touradas não têm qualquer justificação.
«Tudo isso é uma falácia porque podem reconverter a sua actividade. Temos os nossos campos que precisam de ser cultivados. A vida continua na Catalunha, como continuará em qualquer outro país. Evidentemente, que tudo isto tem custos no início, mas é uma questão de irem-se adaptando», comentou.
Na TSF, Maria do Céu Sampaio considerou ainda que mais cedo ou mais tarde as corridas de touros vão acabar.
«Em Espanha há movimentos muitíssimos grandes contra a tourada e tudo na vida muda. Não há dúvida nenhuma que com o tempo a tourada irá acabar, é um espectáculo bárbaro e que não se justifica», criticou Maria do Céu Sampaio.