A Lua vai sobrepor-se ao Sol na sexta-feira, dia 20 de março, entre as 08:00 e as 10:00. É um momento rodeado de algum misticismo e geralmente aproveitado para olhar ou fotografar o sol. Nada mais perigoso, pois olhar para o Sol sem proteção é um risco com consequências irreversíveis.
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Se não olhar diretamente para o sol, não há perigo. Se o fizer, certifique-se que usa filtros especializados que reduzem drasticamente toda a radiação solar. Nunca utilizar óculos escuros, vidros negros fumados, radiografias, por exemplo.
É a principal recomendação da presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. Em declarações à TSF, Maria João Quadrado frisa que, mesmo usando esse acessório, não deve olhar mais do que 30 segundos seguidos, fazendo sempre pausas de três minutos.
Se olhar sem a proteção adequada ou durante demasiado tempo, a lesão é indolor, pode provocar distorção das imagens ou alteração das cores. No caso das crianças, o cuidado deve ser redobrado porque a radiação que chega a retina é maior do que num adulto.
Um problema relacionado com o eclipse de sexta-feira é justamente a proteção. Em relação ao último eclipse, são poucos e são mais caros os óculos. Ao contrário de ocasiões anteriores, nenhuma instituição encomendou óculos para dar ou vender. A TSF sabe que na semana passada, técnicos de saúde, astrónomos e responsáveis das farmácias estiveram reunidos, mas o problema não foi resolvido.
Graça Freitas, subdiretora geral de Saúde, explica à TSF que «a iniciativa que foi tomada há uns anos não tem necessariamente de ser replicada» e este ano «não foi considerado prioritário» avançar com uma medida semelhante, de forma a assegurar a distribuição de óculos próprios para a observação do eclipse solar.
A Direção Geral de Saúde considera que a venda dos óculos diz respeito à iniciativa do mercado. Graça Freitas sublinha ainda que a observação do eclipse não é considerada «uma questão de saúde pública».
Em comunicado, o Ministério da Educação adianta que a Direção-Geral de Educação, em colaboração com o Observatório Astronómico de Lisboa e a Direção-Geral da Saúde, enviou hoje às escolas «informação pormenorizada» sobre o eclipse solar e os cuidados a ter durante a observação.
A tutela sugere como método seguro de observação do eclipse a projeção da imagem do Sol num cartão, por meio de um orifício, ou a visualização da imagem projetada na sombra das árvores.
O comunicado do ministério esclarece que os alunos podem assistir, na quarta-feira, a uma vídeo-difusão sobre a temática, a partir das 11:00, em http://live.fccn.pt/mec/dge/eclipse.
O eclipse solar de sexta-feira será total apenas no extremo norte do Oceano Atlântico, nas ilhas Faroé (Dinamarca) e Svalbard (Noruega) e na região Ártica, de acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa. No resto do mundo, será visto como parcial.
Um eclipse do Sol sucede quando a Lua, satélite natural da Terra, se interpõe entre o seu planeta e o Sol, ocultando total (eclipse total) ou parcialmente (eclipse parcial) a luz solar.