D. Manuel Linda, bispo das Forças Armadas, considerou que D. José Policarpo seria um «teólogo de renome mundial» se fosse francês ou alemão. D. Januário Torgal Ferreira lembrou as pontes com vários setores feitas pelo ex-cardeal patriarca de Lisboa.
O bispo da Forças Armadas entende que D. José Policarpo, falecido esta quarta-feira, teve um «papel fundamental de referência» para os bispos da Igreja Católica.
Em declarações à TSF, D. Manuel Linda explicou que os bispos «escutavam com atenção especialíssima» D. José Policarpo, que era considerado como tendo «posição muito sensata».
D. Manuel Linda adiantou ainda que o pensamento do até agora bispo emérito de Lisboa era «profundamente estruturado na teologia» e considerou que «se francês ou alemão» seria um «teólogo de renome mundial».
O bispo das Forças Armadas descreveu ainda o «amor à Igreja» de D. José Policarpo como diferente do «combativo» da Idade Média, mas vendo a Igreja como «pátria da liberdade» e que só podia conter «gente livre».
Por seu lado, D. Januário Torgal Ferreira recorda D. José Policarpo como um «servidor da Igreja num período muito difícil da Igreja em Portugal» num referência ao período do 25 de Abril.
Também ouvido pela TSF, este antigo bispo das Forças Armadas lembrou que D. José Policarpo «foi uma ponte entre muitos setores», incluindo a «cultura», «personalidades fora da Igreja» e mesmo a «marginalidade e descrença».
«Muitas vezes terá defendido posições que muitos não gostariam», acrescentou D. Januário Torgal Ferreira, que lembrou o «serviço incondicional, generoso, inteligente e aberto ao serviço da Igreja» do antigo cardeal patriarca de Lisboa.