
Lisboa, Portugal
Reuters
Os elétricos, o rio Tejo, as roupas coloridas nos estendais, as mulheres de rosto enrugado à janela, o som do Fado numa esquina, mas também a história e a saudade. O jornal Washington Post andou por Lisboa e apaixonou-se.
Numa série de reportagens especiais sobre viagens e turismo, o jornal norte-americano andou por várias cidades europeias.
O artigo sobre Lisboa ficou a cargo de Anja Mutic, uma escritora de origem croata que vive em Nova Iorque há 15 anos, que viaja pelo mundo e já escreveu para a National Geographic, Washington Post, The Wall Street Journal, New York Magazine, BBC Travel, entre outros.
No texto, a escritora diz que já perdeu a conta das vezes que visitou a capital portuguesa e que o marido viveu 14 anos em Lisboa.
Desta vez, a visita começou pela Baixa, a bordo do elétrico 28, onde destaca a «recente renovação» do Terreiro do Paço, «com cafés, restaurantes, museus e, nos dias mais soalheiros, multidões de turistas de câmaras na mão».
Depois são as colinas de Lisboa, «com a sua beleza envelhecida escondida em labirintos de vielas», «as ruas pavimentadas com calçada portuguesa e a arquitetura neoclássica da Baixa Pombalina, construída após o sismo devastador de 1755».
A autora explica que o objetivo desta viagem é descobrir o sentimento que tomou conta dela na sua primeira ida a Lisboa, em 2005. Um sentimento de melancolia. Algo estranho, sublinha Anja Mutic, pois nunca tinha estado em Portugal.
Só quando voltou a Lisboa, uns anos depois, deu nome a esse sentimento. Era saudade, «a palavra portuguesa que não tem tradução».
O artigo segue a viagem do elétrico - Graça, Bairro Alto, Estrela - enquanto a escritora lembra a história de Portugal e estórias de anteriores viagens.
Sobre a saudade e a explicação desse sentimento, a autora chegou a temer que o objetivo da viagem falhasse, mas «um novo entendimento emergiu. Se tivesse desvendado o puzzle, a saudade seria perdida. A verdadeira natureza da saudade é que esse sentimento persiste, perene até ao momento de um novo regresso a Lisboa».