A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) detetou «irregularidades graves» na obra da barragem da Venda Nova III, em Vieira do Minho.
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Trabalhadores a cumprirem 55 horas de trabalho semanais a vários metros de profundidade foi uma das «irregularidades graves» detetadas pela ACT na obra da barragem da Venda Nova III, em Vieira do Minho.
Em comunicado hoje divulgado, a ACT acrescenta que detetou ainda uma outra irregularidade grave, relacionada com «anomalias» no plano de emergência.
«Durante a própria visita inspetiva, uma trabalhadora desfaleceu numa frente de trabalho de escavação de um túnel, demorando o socorro 45 minutos a chegar ao local do incidente», refere o comunicado.
As duas situações foram detetadas durante uma ação inspetiva à obra de reforço de potência daquele aproveitamento hidroelétrico, realizada na quinta-feira.
Na sequência dessa ação inspetiva, que englobou as duas barragens de Vieira do Minho e outros quatro estaleiros de construção, a ACT vai solicitar a correção de 28 situações irregulares em matéria de segurança e saúde no trabalho.
Vai também suspender ainda uma frente de trabalho «por existir perigo grave e eminente para os trabalhadores».
A construção do reforço de potência do aproveitamento de Venda Nova - Venda Nova III tem cerca de 450 trabalhadores e 151 empresas.
Nas obras de reforço de potência do aproveitamento de Salamonde - Salamonde II estão envolvidos cerca de 400 trabalhadores e 120 empresas
Em ambos os casos, o dono da obra é a EDP - Gestão da Produção de Energia, que após contacto da TSF, explicou que as irregularidades detetadas serão corrigidas na quase totalidade.
Em comunicado, a EDP assegurou que se está perante situações pontuais e salientou que as ações da inspeção não causaram qualquer suspensão do trabalho nestas obras.