Faz hoje dez anos que as "mães de Bragança" abriram guerra contra várias cidadãs brasileiras que estariam a "dar a volta à cabeça aos maridos". A cruzada transmontada chegou a ser capa da Time.
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Uns falam do prejuízo causado ao negócio, outros lamentam que o nome da terra tenha saltado para as notícias por esse motivo. Dez anos depois são sentimentos que sobram do movimento chamado "mães de Bragança"contra a presença na cidade transmontana de várias cidadãs brasileiras que se prostituiam ou faziam companhia aos homens nos bares.
Foi precisamente no dia 30 de abril de 2003 que Bragança acordava com a notícia de que um movimento intitulado "Mães de Bragança" queria acabar com a prostituição na cidade.
A ação visava principalmente várias cidadãs brasileiras que, de acordo com o Movimento, estariam a "dar a volta" à cabeça dos maridos. O caso tomou tais proporções que seis meses depois, a cidade teve honras de primeira página na revista Time. O distrito foi apelidado de Bairro vermelho da Europa e cerca de dois anos depois, a justiça fechava as principais casas de alterne. Uma década depois, a TSF foi saber o que mudou na cidade.
As três principais autoras do movimento não aceitaram gravar qualquer declaração para a reportagem da TSF. Dizem, no entanto que para elas, o caso está mais do que encerrado e que nunca imaginaram que pudesse vir a ter tais proporções.
O documento assinado, só por mulheres, foi, naquele dia, entregue na PSP, Câmara, Governo Civil e ao Bispo.
É no comércio que as saudades do sotaque brasileiro mais se fazem sentir, afirma Ana Pires, cabeleireira. Por isso é que nunca achou bem a criação do tal movimento.
Dez anos depois a cidade parece não se ter recomposto do fecho das casas de alterne. A maior parte das mulheres que aqui exerciam a profissão mais antiga do mundo foram para Espanha ou extraditadas para os países de origem. Dos três maiores donos das casas, apenas um cumpriu quatro anos de prisão.