Se hoje for comer fora, levante dinheiro antes. O dia sem cartões nos restaurantes é um protesto contra o IVA e as taxas cobradas quando o cliente paga com dinheiro de plástico.
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Esta terça-feira os restaurantes levam por diante o dia em que não aceitam pagamentos com cartões de débito ou de crédito.
A iniciativa tem como objetivo sensibilizar o Governo para a impossibilidade de suportar uma taxa de 23% de IVA na restauração.
Por outro lado, eles pretendem também alertar para as taxas cobradas pela UNICRE, que consideram demasiado elevadas.
IVA por um lado, taxas por outro. «Salve-se quem puder. Simplesmente vamos morrer todos.»
José Pereira é dono do D. Tonho, mas é também o coordenador do Movimento de Empresários da Restauração para este dia sem cartões.
«Entram quatro clientes num restaurante, sentam-se numa mesa, o primeiro o que vai consumir vai ser para pagar as comissões dos cartões e do IVA, o segundo cliente que se senta vai pagar e não vai chegar os 30 a 35 por cento das matérias-primas, o terceiro tem a ver com os custos dos funcionários, ou seja, já vamos em 95 por cento de custos fixos», explica.
Restam 5% que servem para pagar gás, eletricidade, água, seguros e todos os outros custos, o que deixa a empresa sem margem de manobra, salienta José Pereira.
A AHRESP associa-se à iniciativa. Na segunda-feira, 80 pessoas da Associação de Hotelaria e Restauração andaram por todo o país a distribuir panfletos tentando sensibilizar os restaurantes a aderirem ao dia sem cartões. Mário Pereira Gonçalves prevê uma desgraça no sector.
«Garanto que no fim de 2013, há mais de 100 mil desempregados só no nosso sector e mais de 20 mil empresas vão fechar.»