O DocLisboa, o maior festival português dedicado ao documentário, inicia hoje uma programação de 250 filmes, que pretende colocar o espetador perante a História.
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O festival, que vai na 12ª edição, abre com uma dupla abertura: na Culturgest, antestreia «Praça» («Maidan»), de Sergei Loznitsa, sobre os protestos no ano passado em Kiev, Ucrânia, e, no Cinema São Jorge, passa «Ai Wei Wei Apppeal 15,220,910.50», do ativista e artista plástico chinês.
Até ao dia 26, o DocLisboa propõe 40 estreias mundiais e internacionais, como «Father and sons», de Wang Bing, e vários ciclos temáticos, como a retrospetiva da obra do realizador holandês Johan Van Der Keuken e o programa "neo-realismo e novos realismos", com obras de Luchino Visconti, Nelson Pereira dos Santos, Dino Risi, Vittorio di Sica, Pedro Costa ou Michelangelo Antonioni.
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Do documentário como testemunho de momentos históricos, o DocLisboa vai exibir, por exemplo, «German concentration camps factual survey», filme sobre a libertação dos campos de concentração nazis, que foi recentemente restaurado pelo Imperial War Museum, do Reino Unido, assim como «Night will fall», de André Singer, sobre o mesmo tema.
Destacam-se ainda a curta-metragem «Après les combats de Bois-le-Prêtre» (1915), sobre a primeira guerra mundial, o filme «The Wall» («O muro»), sobre a Alemanha, e «Socialism», de Peter von Bagh, recentemente falecido.
Há ainda registos de protestos, um pouco por todo o mundo, reunidos na sessão «Fuck the system», no dia 23, e que inclui curtos filmes feitos em Hong Kong, mas também no Chile, no Brasil, em Espanha e em Lisboa, com a curta «Todos os Rios vão dar ao Carmo».
Entre os filmes portugueses selecionados estão «Volta à terra», de João Pedro Plácido, rodado na aldeia transmonstana Uz, «Pára-me de repente o pensamento», de Jorge Pelicano, e «João Bénard da Costa - outros amarão o que eu amei», de Manuel Mozos, todos em competição, assim como «Triângulo dourado», de Miguel Clara Vasconcelos.