Os jornalistas franceses libertados na quarta-feira depois de 18 meses de cativeiro nas mãos dos talibãs no Afeganistão, contaram hoje o desespero que sentiram.
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Raptados em Dezembro de 2009, Hervé Ghesquière e Stéphane Taponier, ambos de 48 anos, chegaram hoje a Paris, depois de terem sido libertados quarta-feira.
Os jornalistas, que passaram ano e meio nas montanhas, contaram que o tempo passava tão devagar que o mais difícil era gerir cada hora do dia e da noite, até porque só saiam durante 15 minutos em cada 24 horas.
Ghesquière, que chegou a estar completamente isolado durante oito meses, confessou que foi preciso lutar para que o desespero não tomasse conta deles.
Um rádio sintonizado na BBC foi o único contacto com o mundo exterior.
Não foram mal tratados, amordaçados ou ameaçados de morte, mas chegaram magros e pálidos devido ao pouco que comiam, sendo que todos os dias comiam o mesmo.
Ghesquière acrescentou que até tiveram oportunidade de falar com os talibãs sobre o papel da mulher na sociedade e relatou conversas interessantes sobre as motivações daqueles homens.
Os jornalistas frisaram que sabem agora do que falam quando o assunto são reféns, mas não se arrependem de terem trabalhado junto às tropas francesas no Afeganistão, afirmando que agora mais do que nunca querem continuar a ser jornalistas.