A Nigéria registou mais dois casos de Ébola, elevando para 14 o total de casos confirmados de infeção com o vírus, que já provocou cinco mortes no país.
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Na Libéria, o país mais atingido pelo surto de Ébola, com 576 mortos, o secretário-geral do sindicato dos serviços de saúde, George Williams, anunciou que todas as regiões do país já foram afetadas pela epidemia do Ébola, após a confirmação de casos no sudeste do país, perto da fronteira com a Costa do Marfim.
«A Nigéria registou os primeiros dois casos de Ébola em contactos secundários em relação ao primeiro paciente», disse o ministro da Saúde nigeriano, Onyebuchi Chukwu, numa conferência de imprensa em Abuja.
«Os dois pacientes são cônjuges dos contactos primários com o paciente norte-americano-liberiano», disse o ministro, referindo-se a Patrick Sawyer, que morreu num hospital privado em Lagos, a 25 de julho.
Sawyer, 40 anos, consultor do Ministério das Finanças liberiano, foi tratado no hospital nigeriano depois de chegar ao aeroporto de Lagos, procedente de Monrovia, quando se mostrou visivelmente indisposto.
Dois médicos e duas enfermeiras que trataram Sawyer, assim como um funcionário da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que apanhou o liberiano no aeroporto, morreram com a doença.
Sobre a situação na Libéria, George Williams, confirmou que o sudeste do país «foi a última região a ser atingida pelo Ébola».
«Houve já duas mortes em Gbokon-jelee (...), na província de Sinoe. É uma cidade mineira, onde se extrai o ouro de maneira tradicional, assim, é um local muito frequentado», disse.
Entretanto, o médico norte-americano infetado com Ébola, Kent Brantly, foi considerado curado e teve alta de um hospital em Atlanta, nos Estados Unidos, na quinta-feira.
O médico contraiu o vírus ao atender doentes na Libéria e foi tratado com a droga experimental ZMapp.
Brantly e sua assistente Nancy Writebol, que também fora contaminada pelo vírus do Ébola durante trabalho humanitário na Libéria, foram levados para os Estados Unidos a 02 de agosto.
Ambos começaram a ser tratados com o soro experimental ZMapp ainda em África.
A epidemia de Ébola já fez 1.350 mortos, desde o início do ano, na Guiné-Conacri - onde começou o surto -, na Libéria, na Serra Leoa e na Nigéria.