Depois de se ter comprovado que a origem do surto infeccioso com uma perigosa estirpe da bactéria E.coli foram rebentos vegetais, as autoridades sanitárias alemãs estão agora a examinar se as respectivas sementes também já estavam contaminadas.
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«Adensaram-se os indícios de que as sementes dos rebentos já possam conter a bactéria, embora isso ainda não tenha sido comprovado», disse hoje, em Berlim, um porta-voz do Instituto Federal de Avaliação de Riscos (BfR).
Apesar disso, o BfR recomendou a renúncia ao consumo, quer de rebentos vegetais adquiridos no mercado, quer dos que sejam de produção própria.
A ministra da agricultura e defesa do consumidor, Ilse Asigner, anunciou que as investigações incidem também sobre sementes de rebentos vegetais importadas.
Cerca de 100 pacientes que contraíram a estirpe mais agressiva a E.coli, conhecida por Síndrome Hemolítica Urémica (HUS), sofreram danos tão graves que precisam de um transplante de rim, ou terão de fazer hemodiálise durante toda a vida, disse ao tablóide Bild o porta voz do grupo parlamentar dos sociais democratas para assuntos de saúde pública, Karl Lauterbach.
O mesmo especialista afirmou ainda que a rápida disseminação da bactéria, que contaminou até agora quase três mil pessoas e matou mais de trinta, na Alemanha, se ficou a dever também ao facto de os hospitais comunicarem os casos de contágio ao Instituto Robert Koch, em Berlim, responsável pelo combate a epidemias, através dos correios e não por email.
O ministro da saúde, Daniel Bahr, admitiu, por seu turno, que «há coisas a melhorar» no combate a futuros surtos infecciosos, nomeadamente no que se refere às vias de comunicação entre as instituições envolvidas.
A perigosa estirpe da bactéria E.coli foi detectada pela primeira vez na sexta-feira em rebentos vegetais de uma exploração agrícola em BienenBuettel, na Baixa Saxónia, que já estava sob vigilância sanitária.