A presidente do Conselho Nacional da Educação está preocupada com os efeitos da crise e das medidas de austeridade neste setor. Também o investigador do Observatório Português dos Sistemas de Saúde diz que é possível apontar impactos nesta área.
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A presidente do Conselho Nacional da Educação está preocupada com os efeitos da crise e das medidas de austeridade neste setor. Também o investigador do Observatório Português dos Sistemas de Saúde diz que é possível apontar impactos nesta área.
Ana Maria Bettencourt sublinha os riscos que existem.«A racionalização é importante, mas temos que ter muito cuidado para não retroceder e não cavar mais as desigualdades que existem e ainda temos muitas desigualdades na nossa educação».
A especialista teme que se tenha ido longe demais nos cortes, «sobretudo nos professores e curriculum».
«É preciso ir avaliando, o Conselho diz que é muito importante ir avaliar as consequências das medidas que se tomam. Há um risco de cortar muitas horas nos professores e perder condições de trabalho nas escolas», salienta.
Também na saúde a crise e as medidas de austeridade estão a ter consequências. Constantino Sakellarides, investigador do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, explica que os dados ainda são poucos para ter um retrato completo, mas é possível apontar alguns factos.
«Temos elementos que dizem que a ansiedade e a depressão dos portugueses aumentou. Temos elementos que nos dizem que o suicídio tem aumentado nos últimos anos, temos elementos que nos dizem que o acesso aos cuidados de saúde tem sido dificultado, temos elementos que nos dizem que os cortes orçamentais nos hospitais têm em várias valências um efeito», adianta.
O antigo diretor-geral de saúde diz que quando toma uma decisão, o governo tem ter em conta o impacto que isso vai ter na saúde dos portugueses.