A empresa que gere o aterro das lamas industriais perigosas, que foram derramadas nas ruas de Santiago do Cacém, garantiu à TSF que vão ser investigadas responsabilidades.
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A empresa Águas de Santo André tem a seu cargo o passivo ambiental de resíduos industriais perigosos do complexo petroquímico de Sines,onde ainda está, por exemplo, a nafta recolhida das praias do Litoral alentejano depois da maré negra do petroleiro Marvão há 23 anos.
Ora, este derrame com um camião cisterna acontece seis meses depois destes resíduos terem começado o tratamento final.
Este tratamento físico-químico, que torna as lamas inertes, é feito na Chamusca. Deste modo, os camiões têm que percorrer 200 quilómetros e no caso do derrame em Santiago do Cacém, o presidente do conselho de administração das Águas de Santo André, Marques Ferreira, diz que já foi instaurado um inquérito.
Neste acidente, o camião pingou as lamas ao longo de dois quilómetros e quando estacionou a cisterna despejou mais quantidade na via pública.
O aterro de Vila Nova de Santo André vai ser liberto destas lamas perigosas e depois recebe um arranjo paisagístico. Até a final do próximo ano vão ser retiradas 140 mil toneladas de resíduos.
«A estimativa dá conta para retirarmos cerca de dez mil camiões de resíduos do aterro, dos quais até ao momento saíram cerca de três mil», revelou Marques Ferreira.
Assim sendo ainda falta o transporte de sete mil camiões para limpar esta zona do Litoral alentejano.
Já esta manhã na TSF, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém revelou que este caso vai ser enviado para o Ministério Público. O autarca Vítor Proença exige que sejam apuradas responsabilidades civis e criminais pelo derrame de lixo industrial perigoso.