A denúncia é feita pelo vice-presidente da Associação Nacional de Municípios. Em causa estão atrasos no pagamento de dívidas há empresas.
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A revelação foi feita à TSF pela Associação Nacional de Municípios, que admite que existem autarquias com graves problemas de tesouraria e que já não conseguem pagar aos fornecedores num tempo razoável.
O vice-presidente da associação, António José Ganhão, admitiu que alguns fornecedores começam a perder a paciência.
«Há um crescimento da dívida aos fornecedores, e alguns já estão a tomar a decisão de dizer às câmaras municipais que se não pagarem no próximo mês ou agora, não fornecemos as refeições para as cantinas escolares», revelou.
«Não estou a falar de centenas de milhões, estou a falar de uma coisa que tem o significado de 70 milhões de euros mas que são importantíssimos para o bom funcionamento deste apoio às famílias», acrescentou.
António José Ganhão sublinhou que a ameaça é real e que a qualquer momento pode haver cantinas escolares sem refeições para oferecer aos alunos.
«Nós temos crianças que precisam de tomar a refeição na cantina e podem não a ter de um momento para o outro porque os fornecedores têm o direito de dizer 'basta'», alertou António José Ganhão, esclarecendo que estas empresas, que fornecem géneros alimentícios, estão a prestar serviço contratualizado com as câmara municipais e que «não podem estar quatro, cinco, seis meses à espera para receberem».
Segundo o vice-presidente da Associação de Municípios, nesta altura cerca de metade das autarquias têm problemas de tesouraria.