Equipa de cientistas, incluindo português, cria vacina sintética contra vírus respiratório

Direitos Reservados
O vírus em causa, o VSR, é reposnsável por infeções respiratórias em crianças, muitas fatais. Os resultados são publicados na quinta-feira na revista Nature.
Corpo do artigo
Uma equipa de investigadores, incluindo o português Bruno Correia, criou uma vacina sintética contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) humano, ao desenhar uma proteína que, depois de testada em macacos, conseguiu induzir anticorpos protetores.
Bruno Correia, do Instituto Gulbenkian de Ciência, e colegas do Departamento de Bioquímica da Universidade de Washington e do Scripps Research Institute, ambos nos Estados Unidos, geraram em computador sequências de uma proteína, de modo a que produzissem uma vacina contra o VSR.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Pediatria, «o VSR é a principal causa de infeção do aparelho respiratório nos 2 primeiros anos de vida. Os recém-nascidos, os lactentes com idade inferior a 6 meses, as crianças com patologia pulmonar subjacente, com cardiopatia ou com imunodeficiência, constituem os grupos de maior risco de contrair uma infeção grave».
O investigador explicou à agência Lusa que, após a sua caracterização bioquímica, a proteína foi produzida em laboratório e, depois, testada com êxito em macacos, que «têm um sistema imunitário muito parecido com o dos humanos».
«Os anticorpos são produzidos quando injetamos a proteína no animal», adiantou, precisando que a proteína, parecida com o VSR, «gerou anticorpos capazes de neutralizar o vírus».
O próximo passo da equipa, antes de um possível ensaio clínico, é obter mais anticorpos contra o VSR, usando outras moléculas, com «mais possibilidades de neutralizar o vírus».
Segundo Bruno Correia, do programa doutoral de Biologia Computacional do Instituto Gulbenkian de Ciência, o método utilizado com o VSR para criar uma vacina experimental poderá ser testado com os vírus da sida, da gripe ou da hepatite C.