O governo espanhol admite interpor acções contra as autoridades de Hamburgo, da Alemanha, por terem precipitadamente culpado os pepinos espanhóis pela epidemia no país.
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As autoridades sanitárias da cidade de Hamburgo admitiram terça-feira que testes parciais afastavam os produtos espanhóis como fonte da propagação da bactéria E.coli no norte da Alemanha.
«Não colocamos de lado agir contra as autoridades que colocaram sob suspeita a qualidade dos nossos produtos e, por isso, podemos interpor acções, neste caso, contra as autoridades de Hamburgo», afirmou o ministro do Interior esta quarta-feira em declarações à rádio Cadena Ser.
Alfredo Perez Rubalcaba frisou que é preciso «pensar numa campanha de imagem» dos produtos espanhóis «que são excelentes e que têm um preço muito bom». Por isso, continuou, «em alguns locais não gostam muito deles, porque a concorrência é muito forte».
«Sabe que - tirando qualquer tipo de nacionalismo - às vezes o que encontramos é a concorrência contra produtos que são bons e baratos», reforçou.
«As autoridades de Hamburgo não encontram onde está» a origem da doença «e não dizem que não a encontram», criticou, acrescentando que com isto os produtores espanhóis perderam «muito dinheiro e muita imagem».
A Federação dos Produtores e Exportadores de Frutas e Legumes Espanhóis avaliou as perdas em cerca de 200 milhões de euros por semana.
Entretanto, o ministro da Agricultura alemão afirmou que os cientistas ainda não estão em condições de apontar a fonte da infecção que matou 16 pessoas na Europa e deixou mais de mil doentes, incluindo 400 que estão a sofrer graves e potencialmente fatais sintomas, segundo a AP.
Os laboratórios alemães utilizam esta quarta-feira um novo teste, desenvolvido por investigadores alemães e franceses, para detectar nos alimentos a bactéria.