Os estivadores e as administrações portuárias reúnem-se hoje para tentarem chegar a acordo para a definição de novos serviços mínimos para as greves nos portos de Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz, que se prolongam até 07 de novembro.
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A revisão do regime jurídico do trabalho portuário, aprovada no início de setembro, fez subir de tom os protestos dos estivadores, sucedendo-se desde então as greves, existindo neste momento pré-aviso de greve parcial até 07 de novembro.
De acordo com o Governo, a reunião, que será mediada pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), pretende fixar novos serviços mínimos mais condizentes com a realidade atual.
«Os serviços mínimos para o conjunto de greves que têm sido anunciadas estavam fixados por um acordo de 2004 e, neste momento, os operadores notificaram a DGERT dando conta que não estavam de acordo com a fixação daqueles serviços mínimos, uma vez que a importância da utilização dos portos - sobretudo para o setor exportador - alterou-se desde 2004», afirmou na segunda-feira o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro.
Mas a necessidade de fixar novos serviços mínimos não é pacífica.
O presidente do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores de Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, Vítor Dias, disse à Lusa não entender «bem o que é que podem ser considerados bens de primeira necessidade que em oito horas não possam ser carregados ou descarregados dos navios».
«Parece-me que se está aqui a confundir-se aquilo que são questões sociais com questões financeiras», disse o presidente do sindicato.
Aos jornalistas, Sérgio Monteiro explicou que se houver acordo, a questão da requisição civil, que tem vindo a ser reivindicada por associações empresariais face à sucessão de greves nos portos, "não se porá".
Se, na reunião, os trabalhadores e as administrações portuárias não chegarem a acordo «terá que haver uma fixação administrativa dos mesmos», acrescentou.