Uma retrospectiva da obra do artista plástico e fotógrafo brasileiro Vik Muniz, com cerca de uma centena de trabalhos desde os anos 1980 até à actualidade, vai ser inaugurada, na quarta-feira, no Museu Colecção Berardo, em Lisboa.
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De acordo com fonte do museu, o artista estará presente na inauguração desta mostra - "VIK" - que já passou por Nova Iorque (no MoMA), por Miami (Miami Fine Arts Museum), pelo México e Canadá, e é apresentada pela primeira vez na Europa.
No Brasil, foi a exposição mais visitada de sempre de um artista brasileiro, com 100 mil visitantes no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, e 200 mil visitantes no Museu de Arte de São Paulo.
A exposição - que ficará patente em Lisboa até 31 de Dezembro resulta de uma co-produção entre o Museu Colecção Berardo e o Estúdio Vik Muniz, em Nova Iorque, onde o artista está radicado há 25 anos.
Vicente José de Oliveira Muniz, mais conhecido por Vik Muniz, nasceu em São Paulo em 1961, e tem desenvolvido um trabalho como fotógrafo, desenhador, pintor e gravador.
Estudou publicidade na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo, e mudou-se em 1983 para Nova Iorque, onde passou a viver e a explorar materiais menos habituais nos seus trabalhos de artes plásticas e fotografia.
Desde 1988 que Moniz cria séries de trabalhos nas quais tem investigado sobretudo temas relativos à memória, à percepção e à representação de imagens do mundo das artes e dos meios de comunicação, usando técnicas diversas e materiais invulgares como o açúcar, chocolate líquido, leite condensado, molho de tomate, gel para o cabelo, lixo e terra.
Nessa altura criou a série de desenhos "The Best of Life, na qual reproduziu, de memória, uma parte das fotografias veiculadas pela revista americana Life, e em séries seguintes baptizou-as com o nome do material utilizado nos trabalhos: Imagens de Arame, Imagens de Terra, Imagens de Chocolate, Crianças de Açúcar, entre outras.
Este ano, o filme "Lixo Extraordinário", que fez sobre a vida dos apanhadores de lixo do Aterro Sanitário Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, foi um dos cinco nomeados para os Óscares na categoria de Melhor Documentário.