A agência da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO) recomendou, esta segunda-feira, uma vigilância reforçada do vírus da gripe das aves.
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A FAO recomenda uma vigilância reforçada e alerta que não estamos em altura para facilitismos porque podemos mesmo vir a ter um novo surto de gripe das aves lá para o Outono ou Inverno deste ano.
Entre 2006 e 2008, o número de infecções decresceu de forma sustentada, mas a partir daí tem vindo a aumentar o número de casos, tanto em aves domésticas como selvagens.
No período em análise, o número de surtos passou de 4000 para 302, mas entre 2010 e 2011 foram registados quase 800.
O chefe da equipa de veterinários da agência da ONU para a Agricultura e a Alimentação responsabiliza os fluxos migratórios das aves pelo ressurgimento do H5N1em países que estavam livres do vírus há vários anos, não deixando, ainda assim, de referir que a actuação das pessoas na produção das aves e na comercialização pode determinar a propagação do vírus.
Em comunicado, a FAO diz que as áreas recentemente afectadas pelo H5N1 são os Territórios Palestinianos e Israel, Bulgária, Roménia, Nepal e Mongólia.
Entretanto, outro motivo de preocupação é a identificação na China e no Vietname de uma variante do vírus que, aparentemente, é capaz de desviar as defesas que fornecem as actuais vacinas.
O Vietname, que suspendeu a campanha de Primavera de vacinação das aves, foi invadido por esta estirpe mutante do vírus, conhecida como H5N1, 2.3.2.1.
Os serviços veterinários vietnamitas estão em estado de alerta e a ponderar uma nova campanha de vacinação já no Outono, uma vez que a propagação desta variante poderá representar uma ameaça directa para países como Cambodja, Tailândia Malásia ou Japão.
A nota da FAO faz a ressalva. As as migrações de aves selvagens podem, no entanto, levar o vírus para outros continentes.